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Graciliano Ramos: Biografia, Fatos Rápidos, História e Mais!

O nome completo dele é Graciliano Ramos de Oliveira, jornalista e escritor nascido em Alagoas no ano de 1892, o artista brasileiro é consagrado no Brasil em em muitos outros países por sua literatura, em especial, a obra “Vidas Secas”.

A vida do escritor e jornalista foi intensa, tanto no sentido da sua vida particular, como também na sua vida profissional, regada por muitos acontecimentos extraordinários. Sendo assim, inexoravelmente, vale ressaltar que a figura de Graciliano Ramos é um símbolo nacional de uma literatura de excelente qualidade.

Graciliano Ramos era nordestino, mas passou grande parte da sua vida morando no Rio de Janeiro. Todavia, sua história registra uma vida cheia de mudanças em que ele volta e meia se encontrava morando em um lugar diferente.

Um dos fatos mais marcantes na vida do escritor, foi a trágica morte de quatro dos seus  dezesseis irmãos, que o fez voltar do Rio de Janeiro, onde trabalhava como jornalista. Logo, nessa ocasião o escritor voltou a morar com o pai, que era um comerciante, talvez para amparar sua tremenda perda.

Então, sabemos que Graciliano Ramos nasceu em Quebrangulo e na infância morou em diversas cidades nordestinas, como Pernambuco, Viçosa e Buíque, por exemplo. Entretanto, foi em Maceió que definitivamente terminou o segundo grau e rumou para o Rio de Janeiro na sequência.

Posteriormente o autor publicou várias obras literárias, se destacando de sobremaneira no universo da literatura mundial. Logo, desde Comerciante, passando por Prefeito, Inspetor Federal e Militante Comunista, Graciliano Ramos passou por várias atividades e vivenciou inúmeras experiências de vida.

Neste artigo você terá acesso às informações detalhadas sobre a vida agitada do autor, cujas obras são referência mundial de literatura, tendo recebido prêmios em vários países do mundo, inclusive nos Estados Unidos.

NomeGraciliano Ramos de Oliveira
GêneroMasculino
Principal obraVidas Secas
NacionalidadeBrasileiro
OcupaçãoPrefeito, Inspetor Federal, Professor, Comerciante, Escritor.
Nascimento1892
Conhecido porGraciliano Ramos

Infância

Nascido em 27 de outubro de 1892, Graciliano Ramos é filho de Maria Amélia Ferro Ramos e Sebastião Ramos de Oliveira.

A Família de Graciliano Ramos era uma família de classe média e ao todo eram dezesseis irmãos. Sendo assim, a maior característica do período de sua infância foram as constantes mudanças para cidades diferentes.

O escritor, desde cedo já mostrava aptidão para a escrita, sendo que aos doze anos publicou no jornal da escola um dos seus primeiros escritos, um conto intitulado “O Pequeno Pedinte”.

Todavia, aos treze anos foi morar em Maceió, onde estudou em Colégio Interno, lugar que o levou a obter um interesse mais apurado sobre a Literatura e a Língua Portuguesa.

O escritor quando ainda era uma criança morou em Pernambuco, Viçosa, Buíque e Maceió, apesar de ter nascido em Quebrangulo. Logo, foi em Maceió que concluiu o Segundo Grau e rumou na sequência para o Rio de Janeiro, lugar onde trabalhou como jornalista.

Carreira

A carreira de Graciliano Ramos é muito vasta, uma vez que não apenas escritor, mas o ícone da literatura brasileira também exerceu muitas atividades profissionais, bem como cargos públicos, como prefeito, diretor e inspetor federal.

Foram muitos livros escritos e podemos ver uma lista enorme de produções que acompanham a vida do autor, em uma trajetória que mescla a vida política da atuação literária.

Sendo assim, fica evidente o valor histórico que a presença de Graciliano Ramos traz para a comunidade brasileira, tanto no sentido da literatura, quanto no sentido das lutas sociais, uma vez que se destaca enormemente como um combatente contra as forças opressoras coordenadas pelas elites dominantes.

Você vai ter acesso, não somente à trajetória pessoal do escritor, mas também ter contato com suas atuações no universo político-social.

Logo, desde o primeiro momento em que ele publicou seu primeiro conto no jornal da escola, “O Pedinte”, notavelmente fruto de uma observação social mais apurada, até o momento em que ele desenvolve câncer no pulmão e morre aos sessenta anos.

Graciliano Ramos é um símbolo da luta social no Brasil e um fantástico escritor cujas obras até hoje fazem parte de estudos acadêmicos e inclusive é cobrada em muitos vestibulares pelo país afora.

Além do mais, toda a complexidade da sua obra, de acordo com a lei brasileira, entrará na lista das obras de domínio público quando completar 70 anos após a morte do autor. Fato esse que pode acontecer daqui a dois anos.

Entretanto existe uma briga judicial em que a família está recorrendo, pelo fato de que ainda existe uma filha viva e por esse motivo eles querem postergar o direito sobre as obras do autor. 

Atualmente as obras estão em contrato com a Editora Record, que garantiu o contrato até o ano de 2029, mesmo sabendo que os direitos se tornam domínio público em 2024.

Não sabemos o que vai acontecer, afinal a família está em luta judicial e reivindica seus direitos com relação às obras de Graciliano Ramos. Entretanto a Editora Record afirma que independentemente do veredicto, ainda assim vai continuar publicando as obras do autor.

Rio de Janeiro

Lá na cidade do Rio de Janeiro, o escritor pode desenvolver-se mais no sentido de ter contato com o mundo exterior, política e adquiriu muitos conhecimentos que lhe seriam úteis pelo resto de sua vida.

Ainda no Rio de Janeiro, Graciliano Ramos trabalhou como revisor para os jornais “Correio da Manhã”, “O Século” e “A Tarde”. 

Morte dos irmãos e esposa

Tudo corria bem no Rio de Janeiro, mas a morte de quatro dos seus irmãos o abalou profundamente, fazendo com que o mesmo retornasse a Alagoas.

Sendo assim, quando retornou para o nordeste, mais precisamente para a cidade de Palmeira dos Índios, foi trabalhar com o pai no comércio da família, permanecendo lá por alguns anos.

Então, foi nesse meio tempo que conheceu Maria Augusta Barros. Os dois iniciaram uma vida amorosa que culminou em casamento. Logo, com Maria Augusta, Graciliano teve quatro filhos.

Maria Augusta morreu em 1920, cinco anos após o casamento, deixando-o como pai viúvo de quatro filhos. 

Prefeito

Sete anos mais tarde (1927), em Palmeira dos Índios, Graciliano concorreu à prefeitura e foi eleito prefeito da cidade. Nesse sentido, ele teve o apoio do Governador do Estado e foi incentivado pelo fato de ser um nome fora da política, o que lhe garantia uma grande oportunidade de ganhar naquele momento.

No ano de 1928, Graciliano Ramos assumiu o posto de Prefeito e permaneceu por dois anos, apenas. Logo, o escritor renunciou ao cargo por não considerar que estava fazendo as coisas corretas.

Em uma ocasião ele recorda que estava soltando presos para que os mesmos pudessem construir estradas e não via dignidade e justiça nos seus atos.

Graciliano Ramos renunciou à Prefeitura de Palmeira dos Índios no dia 10 de abril de 1930. Entretanto, os relatórios da prefeitura, feitos por ele naquela época, destacaram-se aos olhos de Augusto Frederico Schmidt, Ex Embaixador do Brasil na ONU e Assessor para Assuntos Internacionais.

Schmidt, que também era editor, se interessou em publicar o primeiro romance de Graciliano, intitulado “Caetés”, no ano de 1933.

Graciliano continuou a fazer o que sabia fazer melhor, que era trabalhar como a língua portuguesa, fato que o fez continuar atuando em jornais, porém agora, ele trabalhava na Imprensa Oficial. Logo, um ano após a publicação de “Caetés”, Graciliano Ramos publicou “São Bernardo”, em 1934.

Entretanto, no seu convívio cotidiano com as mazelas a que ele percebia o trabalhador passar, Graciliano Ramos foi apurando um sentido que o aproximou da empatia em relação povo mais humilde. 

Seu senso de justiça não conseguia mais conceber que fosse natural as desigualdades presentes na sociedade em que ele vivia, de modo que muito do que ele pensa se tornou reflexo dos seus escritos, e vice e versa.

Graciliano Ramos percebeu a necessidade de fazer valer a luta de classes e sentiu que era necessário usar os recursos que tinha para promover o combate contra as desigualdades sociais. 

Preso por ser comunista

Foi por esse motivo que foi preso sob a acusação de ser militante comunista em março de 1936, após a Intentona Comunista. Logo, foi liberado sem ser acusado ou julgado por nenhum crime, ficando claro os abusos cometidos pelo Governo Getúlio Vargas.

Esse fato não lhe rendeu nenhuma passagem na polícia, entretanto rendeu um livro, intitulado “Memórias do Cárcere”.

José Lins do Rego foi um grande amigo do escritor e foi com sua ajuda e de alguns outros amigos que Graciliano Ramos conseguiu publicar mais uma de suas obras, intitulada “Angústia”, no ano de 1936. Sendo assim, uma das obras mais bem faladas entre os críticos de literatura, que consideram o material uma porta de entrada para o existencialismo, pelo fato de o livro conter representações de sua angústia existencial.

Graciliano Ramos teve uma vida conturbada e dotada de muitos fatos extraordinários que aconteciam ininterruptamente. Sendo assim, nesse momento da sua vida ele trabalhava como Diretor da Imprensa Oficial, Professor e Diretor da Instrução Pública do Estado de Maceió.

Vidas Secas e morte 

Mas foi em 1938 que Graciliano Ramos publicou “Vidas Secas”, a obra mais conhecida do autor. Sendo assim, nesse momento Graciliano Ramos já havia adquirido uma consciência muito mais apurada em relação às desigualdades sociais e em relação à luta de classes, estando decididamente incluído na luta social.

Nesse momento, Graciliano voltou para o Rio de Janeiro, porém agora ele era Inspetor Federal de Ensino e atuava na cidade. Todavia, foi no final da Segunda Guerra Mundial que ele se filiou definitivamente ao Partido Comunista Brasileiro e nesse mesmo ano 1945, publicou “Infância”, um relato autobiográfico.

O Partido fluía sob orientação da União Soviética e era liderado por Luís Carlos Prestes.

Agora com a segunda esposa, Heloísa Medeiros Ramos, Graciliano Ramos fez várias viagens à Europa, o que é possível conhecer melhor em seu livro “Viagem”. Entretanto, sete anos mais tarde o escritor adoeceu e constatou-se câncer de pulmão, motivo da sua morte em 20 de março de 1953.

Vidas Secas

Sem dúvida nenhuma a obra mais comentada do autor Graciliano Ramos, um romance narrado em terceira pessoa que trata sobre uma família do sertão nordestino envolta em miséria, fome, submersos em um ambiente cheio de desigualdades sociais. Sendo assim, a obra grita contra as desigualdades sociais existentes no país, sobretudo no que tem relação com o nordeste brasileiro.

A obra relata não somente as condições da família de retirantes, mas também aborda e abarca as estruturas de um complexo de pensamentos, desejos e emoções, em meio ao convívio com as dificuldades do sertão.

Além do mais, relata a luta pela sobrevivência cotidiana em meio a um ambiente repleto de hostilidades, seja no clima, nas diferenças sociais e na ausência de recursos, tomando para si um aspecto incontestável de denúncia social.

O quarto romance do autor se destaca, não somente pelo fato de uma crítica mais apurada, mas também por ousar em promover uma linha de escrita inovadora que superou o regionalismo existente na época. Sendo assim, Graciliano foi muito cuidadoso na elaboração da sua obra, “Vidas Secas”, revelando que os mínimos detalhes foram minuciosamente calculados para serem apresentados ao público da maneira mais perfeita possível.

O livro traz consigo, não apenas o invólucro da denúncia, mas apresenta-se ousado e difere-se dos outros autores no sentido de não ser uma obra panfletária, em defesa do Partido Comunista. Logo, o autor promove a luta com linguajar seco, sendo por isso que ficou conhecido por usar poucas palavras, em um “estilo seco”.

O sucesso de Vidas Secas é monstruoso e figura dentre as obras brasileiras mais significativas da nossa literatura. Sendo assim, não é somente no Brasil que o livro é reconhecido como uma obra-prima, mas também ganhou prêmios em vários países do mundo, não apenas de língua portuguesa.

Em 1962, ganhou o prêmio da Fundação William Falkner, sendo reconhecido como livro representativo da Literatura brasileira contemporânea. Logo, a obra que já vendeu milhões de exemplares, é obrigatória nas escolas, concursos e vestibulares.

Após o seu lançamento, em 1938, o livro circulou por vários países, como Polônia, Argentina, República Tcheca, Rússia, Itália, Portugal, França, Espanha, Estados Unidos e muitos outros países.

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