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Nathus Brasil

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Produtos naturais 

O uso medicinal de produtos naturais, compostos derivados de fontes naturais, como plantas, animais ou microrganismos, precede a história humana, registrada provavelmente em milhares de anos. 

Estudos paleoantropológicos na caverna de Shanidar, localizada nas montanhas Zagros do Curdistão, no Iraque, sugeriram que há mais de 60.000 anos, os neandertais podem ter conhecimento das propriedades medicinais de várias plantas, como evidenciado por depósitos de pólen em uma das sepulturas no local. 

Ao longo dos milênios que se seguiram, a humanidade descobriu e fez uso de uma enorme variedade de compostos naturais; a versão mais recente do Dicionário de Produtos Naturais pouco mais de 214.000 entradas.

Ao longo da nossa evolução, a importância dos produtos naturais para a medicina e a saúde foi enorme. 

Desde que nossos primeiros ancestrais mastigavam certas ervas para aliviar a dor ou enrolavam folhas em torno de feridas para melhorar a cicatrização, os produtos naturais muitas vezes eram o único meio de tratar doenças e lesões. 

De fato, foi apenas nas últimas décadas que os produtos naturais assumiram um papel secundário na descoberta de medicamentos e no desenvolvimento de medicamentos, depois que o advento da biologia molecular e da química combinatória tornou possível o design racional de compostos químicos para atingir moléculas específicas. 

Nos últimos anos, no entanto, houve um interesse renovado no uso de compostos naturais e, mais importante, seu papel como base para o desenvolvimento de medicamentos. As ferramentas modernas da química e da biologia – em particular, as várias ‘-ômicas’

Devido às diversas atividades biológicas e potenciais medicinais dos produtos naturais, quase todas as civilizações acumularam experiência e conhecimento de seu uso. 

O texto médico mais antigo vem da antiga Mesopotâmia, por volta de 2600 aC, e está escrito em centenas de tabuletas de argila em cuneiforme. 

Descreve aproximadamente 1.000 plantas e substâncias derivadas de plantas, como os óleos da espécie Cedrus (cedro), a resina de Commiphora myrrha (mirra) e o suco da semente de papoula Papaver somniferum. 

Muitas dessas ervas e formulações ainda são usadas hoje. O antigo papiro egípcio Ebers, datado de cerca de 1550 a.C., contém cerca de 800 receitas complexas e mais de 700 agentes naturais como Aloe vera (aloe), Boswellia carteri (olíbano) e o óleo de Ricinus communis (rícino). 

O famoso médico grego, Hipócrates (por volta de 460-377 aC), coletou mais de 400 agentes naturais e descreveu seu uso em seu Corpus Hippocraticum. 

Ele mencionou o uso do suco de melão como laxante, descreveu o efeito diurético do suco de Ornithogalum caudatum (squill) e detalhou como usar um extrato de Atropa belladonna como anestésico. Ele também aconselhou o uso de um extrato deVeratrum album (heléboro branco) como emético e como usar o azeite para melhorar a cicatrização de feridas. 

Os médicos romanos basearam-se nesse extenso conhecimento e acrescentaram seus próprios insights e experiências. Pedanius Dioscorides (por volta de 40-90 dC) compilou De Materia Medica, que descreveu a dosagem e eficácia de cerca de 600 medicamentos derivados de plantas e lançou as bases da farmacologia na Europa. 

Galeno (129-200 dC), outro famoso médico e farmacêutico grego, registrou 540 medicamentos derivados de plantas e demonstrou que os extratos de ervas contêm não apenas componentes benéficos, mas também ingredientes prejudiciais.

Medicamentos baseados em produtos naturais também floresceram no Oriente. O primeiro tratado dedicado aos conceitos e prática do Ayurveda indiano, foi escrito por volta de 900 aC e contém 341 medicamentos derivados de plantas. O

 Sushruta Samhita ( por volta de 600 aC) era dedicado principalmente a práticas cirúrgicas, mas também descreveu 395 plantas medicinais e 57 produtos derivados de animais.

Medicina tradicional chinesa

A medicina tradicional chinesa (MTC) também é famosa pelo uso extensivo de produtos naturais. 

O livro medicinal chinês mais primitivo, Wu Shi Er Bing Fang — que se traduz em Prescrições para Cinquenta e Duas Doenças — foi compilado por volta de 350 a. sinergias de medicamentos naturais.

Os efeitos terapêuticos de muitos desses agentes foram confirmados pela prática médica subsequente, como o uso de Coptis chinensis (raiz de coptis) para tratar diarreia, Ephedra sinica (erva ephedra) como antiasmático e Melia azedarach (semente de chinaberry) como um anti-helmíntico. 

Em 659 dC, a China emitiu a primeira farmacopeia nacional, Xin Xiu Ben Cao, que continha 850 agentes. Em 1587 dC, Li Shi-Zhen publicou seu famoso trabalho Ben Cao Gang Mu (Compêndio de Materiais Medicinais), que registrou 1.892 agentes e cerca de 11.000 fórmulas combinatórias.

Embora os antigos sistemas medicinais ocidentais e orientais tenham se desenvolvido independentemente um do outro, é interessante notar que seus respectivos praticantes costumavam usar os mesmos produtos naturais para tratar doenças semelhantes. 

Por exemplo, tanto Shen Nong Ben Cao Jing quanto De Materia Médica descrevem o uso de um extrato de Tussilago farfara como um antitussivum para suprimir a tosse. 

Hipócrates usou um extrato de Veratrum album (heléboro branco) como emético, enquanto seus colegas chineses usaram o de Veratrum nigrum (heléboro preto). 

O óleo de Nepeta cataria (catnip) foi usado como antipirético na Europa por milhares de anos, e Shen Nong Ben Cao Jingobserva o mesmo uso para outra espécie da família, Nepeta tenuifolia . Como parece ter havido pouca comunicação regular entre a China e a Europa há 2.000 anos, isso parece ser um exemplo da evolução convergente de diferentes sistemas medicinais.

Compostos químicos naturais

A química moderna inaugurou uma nova era para o estudo e uso de produtos naturais. Em 1805, o farmacêutico alemão Friedrich Wilhelm Sertürner (1783-1841) isolou a morfina do ópio, e tornou-se o primeiro medicamento puro de origem natural e o primeiro a ser comercializado pela Merck em 1826. 

De fato, as empresas farmacêuticas ocidentais rapidamente começaram a preferir produtos naturais purificados como ingredientes para fazer drogas, em vez de extratos brutos. 

Além disso, a elucidação das estruturas moleculares de muitos produtos naturais permitiu aos químicos sintetizá-los, em vez de isolá-los de fontes naturais.

Posteriormente, um grande número de compostos naturais conhecidos foram identificados, analisados​e sintetizados: salicina de Salix alba (salgueiro branco), emetina de Cephaelis ipecacuanha (ipecacuanha), estricnina e brucina de Strychnos nux-vomica (strychnos), quinina de Cinchona ledgeriana (casca de cinchona), colchicina de Colchicum autumale (colchicum), cafeína de Coffea arabica, nicotina de Nicotiana tabacum, atropina de Atropa belladonna e cocaína de Erythroxylum coca. Muitos desses compostos ainda são amplamente utilizados como drogas. 

O século XX viu a descoberta das propriedades antibacterianas da penicilina, derivada do fungo Penicillium notatum, que logo foi seguida por vários outros antibacterianos que deram aos médicos uma arma enormemente poderosa em sua batalha contra doenças infecciosas.

A análise estrutural de compostos naturais e a capacidade de sintetizá-los permitiram aos químicos modificá-los para suprimir ou melhorar certas características como solubilidade, eficiência ou estabilidade no corpo humano. 

Estima que cerca de 60% dos medicamentos que estão atualmente disponíveis, incluindo nomes conhecidos como artemisinina, camptotecina, lovastatina, maitansina, paclitaxel, penicilina, reserpina e silibinina, foram direta ou indiretamente derivados de produtos naturais. 

Além disso, os produtos naturais também têm sido uma fonte inestimável de inspiração para os químicos orgânicos sintetizarem novos candidatos a drogas. 

Alguns até afirmaram que a mudança de produtos naturais para a química combinatória durante a década de 1990 pode ter levado à atual escassez de novos candidatos a medicamentos no pipeline de desenvolvimento. 

Portanto, é de grande interesse científico, econômico e médico analisar e entender por que tantos produtos naturais são benéficos para a saúde humana. Seja lá o que escolher comprar online no site da empresa, não deixe de pegar um cupom de desconto Nathus Brasil desta página para economizar.

Efeitos biológicos dos compostos naturais

Muitos químicos e biólogos tentaram explicar o enigma de por que tantos compostos na natureza têm efeitos biológicos em humanos e outras espécies. 

Uma explicação que tem sido amplamente aceita é que é o resultado de coevolução de longo prazo dentro de comunidades biológicas: organismos interativos que evoluíram próximos uns dos outros desenvolveram compostos que poderiam influenciar os processos biológicos de espécies vizinhas.

Como esses compostos provaram ser vantajosos, eles se tornaram uma característica sobre a qual a seleção natural poderia atuar, e foram retidos e aprimorados ao longo da evolução.

Dadas as semelhanças entre aspectos da fisiologia humana e de outros animais, não é de surpreender que tais moléculas também possam exercer efeitos biológicos em humanos. 

Além disso, os humanos têm aproveitado algumas das propriedades descobertas dos compostos naturais: aqueles que são capazes de interagir ou suprimir o crescimento de bactérias, por exemplo, agora são usados como antimicrobianos na medicina.

A teoria da coevolução também explica outros fenômenos, incluindo efeitos sinérgicos. 

Vários anos atrás, Lewis e colaboradores mostraram que o alto potencial antimicrobiano de Berberis spp. é causada não apenas por agentes antimicrobianos como a berberina, mas também por inibidores de multirresistência (MDR) como a 5′-metoxi-hidnocarpina. 

Estes últimos não possuem atividade microbicida própria, mas aparentemente potencializam os efeitos antibióticos de outras moléculas. 

Esse fenômeno pode ser explicado em termos de coevolução e da clássica ‘corrida armamentista’ entre hospedeiro e patógeno.

Saiba mais

As plantas que desenvolveram antimicrobianos foram capazes de se defender contra bactérias patogênicas; patógenos que desenvolveram mecanismos de resistência, conseguiram quebrar as defesas das plantas; por sua vez, plantas que desenvolveram inibidores de MDR tiveram uma vantagem evolutiva significativa.

Alguns compostos exercem seus efeitos biológicos imitando metabólitos endógenos, incluindo ligantes, hormônios ou outras moléculas envolvidas na transdução de sinal inter e intracelular. 

Por exemplo, alguns alcalóides, como anagirina de Anagyris foetida, citosina de Laburnum anagyroides, lupanina de Cytisus scoparius [Syn. Spartium scoparium] ou esparteína de Chelidonium majus, afetam os neurorreceptores formando uma configuração de nitrogênio quaternário que se assemelha a um motivo estrutural presente na maioria dos neurotransmissores. 

Em outros casos, organismos diferentes usam moléculas semelhantes para a mesma finalidade: os brassinolídeos são hormônios esteróides vegetais, que regulam a divisão celular e o desenvolvimento celular na planta, e que são estruturalmente semelhantes aos esteróides reguladores do crescimento humano.

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Outra hipótese

Recentemente, propuseram uma hipótese alternativa, chamada xenohormesis, para explicar a origem dos produtos naturais benéficos. 

De acordo com sua teoria, o ancestral comum de plantas e animais foi capaz de sintetizar um grande número de metabólitos secundários induzidos pelo estresse. 

Animais e fungos que se alimentam de plantas perderam gradualmente a capacidade de sintetizar esses compostos moleculares de baixo peso, mas mantiveram a capacidade de sentir essas pistas químicas nas plantas, possivelmente para detectar quando as plantas estavam estressadas e obter um aviso antecipado de mudanças nas condições ambientais.

Essa teoria é, pelo menos em parte, apoiada pela descoberta de que certos genes humanos têm homólogos em plantas e micróbios – pelo menos na medida em que plantas e animais usam moléculas de sinalização e receptores semelhantes em alguns casos.

De fato, uma análise genômica comparativa revelou que 70% dos genes humanos relacionados ao câncer têm ortólogos em Arabidopsis thaliana.

Assim, dada a semelhança de muitos genes de plantas e humanos, parece óbvio que alguns metabólitos secundários produzidos por plantas para modular seu próprio metabolismo também devem ser capazes de se ligar a moléculas que têm um papel na doença humana. 

Por exemplo, proteínas semelhantes à resistência a múltiplas drogas usadas por Arabidopsispara transportar auxina possuem ortólogos em humanos cruciais para o transporte de agentes anticancerígenos; moduladores de distribuição de auxina, como flavonóides de Arabidopsis, podem inibir a P-glicoproteína em várias células cancerosas humanas.

E por fim…

Em segundo lugar, os efeitos na saúde de muitos compostos vegetais não são intrínsecos a essas moléculas, mas são uma consequência do sistema digestivo humano processando seus metabólitos. E por

A casca do salgueiro tem sido usada há muito tempo para aliviar a dor e reduzir a febre; ainda, embora o componente eficaz seja o ácido salicílico, a casca do salgueiro contém apenas o precursor salicina, que é hidrolisado no intestino delgado em álcool salicílico e posteriormente oxidado em ácido salicílico pelas bactérias intestinais.

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