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Copa do mundo tem preferência dos consumidores em relação à Black Friday

O ano de 2022 foi e ainda está sendo agitado para o bolso dos consumidores, devido à Black Friday, Copa do Mundo e a proximidade com as festas de fim de ano. No entanto, no primeiro embate pela preferência das pessoas, a Copa levou vantagem em relação à promoção sazonal.

Dados revelaram que os resultados não foram os melhores para os varejistas durante esse período e o Boletim FoodCo analisou alguns fatores que podem ter levado a isso. Portanto, saiba o que pode explicar o decréscimo dos números deste ano na Black Friday como um todo.

Copa do Mundo e Black Friday

Pesquisas feitas antes da Black Friday 2022 apontavam uma previsão de crescimento significante nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado. Logo, a Copa teria um grande impacto nesses números, principalmente no segmento de eletrodomésticos e eletrônicos, já que a procura por televisores sempre cresce de acordo com a proximidade do evento.

Mesmo com tantos estudos apontando para o crescimento na casa de até dois dígitos percentuais, o economista João Ricardo Tonin, responsável pelo Boletim FoodCo desta semana, relatou que as vendas ficaram bem abaixo de 2021. Então, isso mostra que os clientes podem ter feito uma escolha de onde investir sem dinheiro e não entendeu a junção dos eventos como forma de gastar mais.

Na “queda de braço” inicial, a Black Friday levou a pior e a queda em relação ao ano passado foi de mais de R $1,5 bilhão. Em suma, o período que compreende desde a quinta-feira, véspera da promoção, até o domingo, que é a data fim das maiores ofertas das empresas, registrou uma queda de cerca de 23% nas vendas.

O impacto também foi sentido no ticket médio, que caiu cerca de 6% em relação ao mesmo período em 2021. Da mesma forma, o número de produtos vendidos teve um decréscimo de cerca de 12%, o que causou um “prejuízo”, de certa forma, às empresas.

Outro número que apresentou uma queda impressionante foi o de pedidos realizados, que seguiu a tendência acima e também teve uma queda média de 12% em relação a 2021. Portanto, entre os eventos sazonais, é claro que a Black Friday teve um dos piores desempenhos.

Em levantamento feito pela ClearSale, as vendas de Black Friday e Copa do Mundo juntas, só cresceram em relação ao ano de 2019 e o fato desse segundo evento ocorrer de forma simultânea não surtiu tanto efeito nas pessoas. Por isso, se comparado com 2020 e 2021, o ano de 2022 caiu e muito.

A Copa do Mundo, por sua vez, teve a sua parcela nos e-commerces, já que o evento gerou a venda de muitos televisores, bem como alimentos e bebidas, principalmente alcoólicas. Porém, nem mesmo o evento salvou as vendas das varejistas e, embora os consumidores estivessem com o bolso recheado pelo seu 13º salário, foi clara a escolha que os mesmos fizeram neste final de 2022.

“Há uma grande preocupação com os gastos dos primeiros meses de 2023. É bem provável que no início do ano o setor sofra um desaquecimento, com queda na demanda”, relatou Tonin à Gazeta do Povo. Do mesmo modo, o mesmo citou os números referentes ao endividamento das famílias, reflexo da diminuição do poder aquisitivo destas nos últimos anos com a crise financeira que se instaurou no Brasil, o que pode ter impactado nesse faturamento.

Segundo a CNC, Confederação Nacional do Comércio, cerca de oito em cada dez famílias no Brasil têm dívidas relevantes. Dessas oito apontadas nos dados, em média três estão com essas dívidas em atraso. Por isso, algumas destas podem ter aproveitado os descontos no feirão Serasa para “limpar seus nomes”, invés de investir dinheiro em compras.

Impactos da Copa do Mundo na economia

Um setor que pode ter saído ganhando, pelo menos a princípio, é o de Bares e Restaurantes, já que a escolha do público consumidor foi focar na Copa do Mundo. Por isso, muitos estabelecimentos estão transmitindo os jogos das seleções, em especial do Brasil, como forma de atrair as pessoas para o local e conseguir faturar mais.

Ainda segundo Tonin, essa vantagem que o segmento teve pode ser rapidamente substituída pelas incertezas quanto aos primeiros meses de 2023. Então, não será uma surpresa se o desaquecimento do mercado chegue também a essas empresas, como foi observado nas vendas da Black Friday.

Com o aumento do custo de vida e a queda do poder aquisitivo das pessoas, o setor de alimentação fora do lar pode sair perdendo ainda mais. Afinal, é comum o comportamento das pessoas de aproveitar a “renda extra” de fim de ano para colocar as contas em dia, o que deve se repetir em maior número agora em 2022.

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