Anne Frank: Biografia, Fatos Rápidos, História e Mais!
Anne Frank foi uma adolescente nascida na Alemanha, de origem judaica e vítima do período nazista que se instalou durante a Segunda Guerra Mundial.
Nascida em Frankfurt, no dia 12 de junho de 1929, ela se tornou uma figura conhecida historicamente após ter o seu diário publicado, onde documentou algumas de suas experiências enquanto se escondia em cômodos de empresas ao longo da ocupação nazista nos países baixos.
Desde que seu diário passou a ser reconhecido mundialmente, Anne se tornou um símbolo da luta contra o preconceito e diversas peças de teatros e filmes foram baseados em suas obras, recebendo, em 1999, o título de uma das 100 pessoas mais importantes que viveram no século 20, lista feita pela revista americana Time.
A família de Anne Frank começou a sentir medo em permanecer no país quando, em 1933, houve um aumento de manifestações antissemitas na Alemanha, sendo esse o resultado da ascensão Nazista no governo, por isso, eles se mudaram para Amsterdã.
No ano de 1940, quando os nazistas invadiram os países baixos, a perseguição aos judeus aumentou significativamente, além de criarem diversas leis que os proibiam de frequentar lugares públicos. Apenas dois anos depois, em 1942, a família Frank precisou se esconder em compartimentos de prédios comerciais, onde estavam acompanhados de outros amigos judeus.
Nesses esconderijos a família passou quatro anos, porém, em agosto de 1944, alguma pessoa traiu o grupo e sua localização foi revelada, fazendo com que os nazistas os capturassem e os levassem para campos de concentração.
Anne e sua irmã Margot foram transportadas para o campo Bergen-Belsen, onde morreram devido a um quadro grave de tifo epidêmico no ano de 1945.
O único a sobreviver a esse período sombrio em campos de concentração foi Otto Frank, o pai de Anne, sendo libertado pelos russos ao fim da guerra. Otto retornou para Amsterdã e encontrou o diário da filha. Quem guardou o diário foi uma funcionária da empresa em que a família morou.
O Diário de Anne Frank foi publicado em 1947, ganhando traduções em mais de 70 línguas ao longo dos anos. O livro é um sucesso de venda, com mais de 35 milhões de cópias vendidas no mundo. A obra tem grande impacto sobre a humanidade, mostrando as dificuldades que judeus enfrentaram na época.
No ano de 1960, Anne recebeu uma homenagem com a construção do museu “Casa de Anne Frank”, um ponto turístico que atrai anualmente mais de 1 milhão de visitantes que procuram conferir um pouco sobre a curta vida da jovem.
Fatos sobre a vida de Anne Frank
Nome | Annelies Marie Frank |
Gênero | Feminino |
Famoso como | Vitimo do holocausto |
Nacionalidade | Alemã |
Nascido | 12 de junho de 1929 |
Falecimento | Fevereiro de 1945 |
Quem foi
Annelies Marie Frank, conhecida mundialmente por Anne Frank, nasceu em 12 de junho de 1929, em Frankfurt, na Prússia. Ela era filha de pais alemães e com origem judia.
Seu pai, Otto Frank, era um economista que tinha emprego como agente comercial, enquanto isso, a mãe, Edith Frank, cuidava da casa de Anne e também da filha mais velha, Margot. O pai de Anne também foi um homem descrito pela filha como rico, além de ter servido ao exército alemão durante a Primeira Guerra Mundial.
No ano de 1933 a família precisou fugir para a Holanda, devido ao crescimento de manifestações antissemita em seu país de origem, além da implantação de leis que proibiam que judeus frequentassem determinados lugares, dando início a uma perseguição que mataria milhares de pessoas inocentes.
Quando chegou na Holanda, Otto começou a trabalhar de representante comercial em uma fábrica que comercializava geleias. O economista se destacou e, logo, se tornou o diretor da empresa. Nesse período, a Alemanha nazista invadiu a Polônia e a Inglaterra, declarando o conflito e dando início a Segunda Guerra Mundial.
Por mais que o exército Holandês tenha resistido, os nazistas conseguiram tomar a Holanda e começou a instaurar suas leis antissemitas em todos os países ocupados, fazendo com que o pai de Anne fosse destituído do cargo que tinha, porque judeus estavam proibidos de ser presidentes e diretores de empresas.
No ano de 1942, com o nazismo ganhando cada vez mais força, a família passou a temer uma repressão e decidiu se mudar para um esconderijo, acompanhados de outras quatro pessoas.
No entanto, alguns anos depois, o grupo é descoberto e são levados pelos nazistas para campos de concentração distintos, onde a mãe de Anne morreu de fome e Anne e sua irmã contraíram tifo e também faleceram.
O único sobrevivente do período em campos de concentração foi Otto Frank, responsável por publicar o famoso Diário de Anne Frank.
Infância e juventude
Os primeiros anos de Frank foram em sua cidade de nascimento, Frankfurt. Sua família era de origem judaica, porém não seguiram todas as tradições do povo, vivendo em conjunto com cidadãos judeus e também não judeus.
Seus pais eram dedicados e costumavam demonstrar interesse nas atividades acadêmicas das filhas. Como prova, em sua casa havia uma grande biblioteca, onde as meninas eram incentivadas a ler e também a estudar desde muito cedo.
O pai de Anne era veterano da Primeira Guerra Mundial, onde chegou a ser tenente. Com o fim da guerra, o patriarca da família assumiu, em companhia de seus irmãos, um banco de negócios que era de seu pai e de onde vinha a renda da família. No entanto, como resultado da Grande Depressão da década de 20, o banco faliu logo no início da década de 30.
Em março de 1933, o país foi tomado por manifestações antissemitas devido a eleição vitoriosa do Partido Nazista, onde Adolf Hitler foi nomeado o Chanceler da Alemanha. Com isso, Otto, sua mulher e filhas passaram a temer a permanência naquele local, considerando a emigração.
Primeiramente, a mãe levou Anne e Margot para viver na casa de sua mãe, em uma cidade que faz fronteira com a Bélgica e também com os Países Baixos. Otto permaneceu por algum tempo em Frankfurt, porém, mudou-se para Amsterdã após receber uma proposta de trabalho.
O pai de Anne passou a trabalhar em uma filial da Opekta Works, fábrica de um ingrediente que é utilizado em geléias. Nisso, ele encontrou um apartamento dentro de um bairro onde só moravam judeus e chegou à esposa e a Margot para a residência em dezembro de 1933. Anne ficou morando com a avó até o início de 1934.
Já em Amsterdã, as meninas passaram a frequentar a escola. Margot foi matriculada em uma escola pública, enquanto Anne passou a frequentar uma escola com o Método Montessori e apresentava boas notas em história, além de gostar muito de ler e também de escrever. Anne era descrita como uma jovem enérgica, extrovertida e muito sincera.
No ano de 1938, o pai de Anne deu início a uma nova empresa, chamada Pectagon, onde comercializava ervas e outros temperos e contratou outro jovem que fugiu com a família devido a perseguição nazista. Tempos depois, a avó de Anne se mudou para a residência.
A família de Anne fez parte dos 300 mil judeus que fugiram da Alemanha entre os anos de 1939. Em 1940, uma nova reviravolta aconteceu e a Alemanha invadiu os Países Baixos, implantando suas leis de restrição e dando início a perseguição de judeus no território.
Com isso, Anne e sua irmã ficaram proibidas de frequentar escolas, sendo forçadas a estudar em instituições onde apenas judeus eram permitidos, precisando ainda se identificar com a estrela de Davi costurada em suas roupas.
No ano de 1941, Otto precisou transferir suas ações e fez a liquidação de suas empresas para que não fosse confiscada por serem propriedades de um homem judeu, permanecendo com uma renda mínima para o sustento da família. A família ainda tentou pedir o visto para imigrar aos Estados Unidos, porém, os consulados foram fechados e o pedido não foi para frequente.
Mudança para o esconderijo
A avó de Anne morreu em 1942, deixando Anne muito triste. A jovem começou a frequentar uma escola de judeus e ficou proibida de se relacionar com crianças não judias. Em seu aniversário de 13 anos, seus pais deram a ela um livro, o qual ela passou a escrever.
O diário foi chamado por ela de “Kitty”, onde falava sobre sua vida e também o mundo ao qual pertencia, além de listar as restrições que foram impostas aos judeus. Em seu diário, algumas vezes, ela falou sobre o sonho de ser atriz.
Com as perseguições cada vez mais frequentes, a família começou a planejar suas mudanças para as instalações escondidas de um edifício comercial. Margot recebeu a notificação de que deveria se dirigir para um campo de concentração em 1942, fazendo com que a família antecipasse a mudança para o esconderijo.
A mudança ocorreu definitivamente em 6 de julho de 1942. O anexo era formado por três andares de acomodações, com dois quartos, um banheiro e uma grande sala. A entrada permaneceu coberta por uma estante com livros.
Em 13 de julho o esconderijo passou a abrigar outros moradores e, no final do mesmo ano, mais pessoas se esconderam no local. Inclusive, o jovem Peter Van Pels, em quem Anne deu o primeiro beijo.
Prisão
Em 4 de agosto de 1944, a localização da família Frank foi descoberta e invadida pela polícia alemã. Todos que ali estavam foram presos, interrogados e, no dia seguinte, transferidos para uma prisão superlotada. Em 7 de agosto eles foram transportados para o campo de concentração de Westerbork, considerados criminosos e receberam a punição do trabalho forçado.
Deportação e morte de Anne Frank
A família foi deportada para o campo de concentração de Auschwitz em 3 de setembro de 1944. Após o desembarque, houve a divisão entre homens, mulheres e crianças, sendo o patriarca da família separado de sua mulher e filhas.
Uma avaliação foi feita e todos foram admitidos como aptos a fazer trabalho pesado. As crianças com menos de 15 anos foram mortas na câmara de gás.
Anne foi uma das mais jovens a ser poupada da morte, pois havia completado 15 anos apenas três meses antes. Nessa ocasião, a jovem foi forçada a tirar a roupa, teve a cabeça raspada e um número de identificação tatuado no braço.
Ao longo do dia, ela realizava trabalho escravo, carregava pedras e cavava buracos. Durante a noite precisam dormir em barracas cheias. Com isso, Anne se tornou uma jovem triste, principalmente quando viu diversas pessoas sendo levadas para a morte.
Com diversas infecções nas instalações, Anne pegou sarna e foi transferida com sua irmã para a enfermaria. Sua mãe parou de comer para dar alimento a suas filhas.
Em 1944, Anne, sua mãe e irmã foram realocadas no campo de concentração Bergen-Belsen, no entanto, Edith não conseguiu chegar, pois morreu de fome. As doenças nesse campo aumentavam consideravelmente com o passar do tempo.
No ano de 1945, uma epidemia de tifo teve início no campo de concentração onde Anne estava com a irmã, matando mais de 17 mil judeus. Outra doença também estava presente no local: a febre tifóide, tornando difícil saber qual a causa exata da morte de Anne e sua irmã.
Há relatos de que Margot caiu da cama e morreu com o impacto e Anne morreu um dia depois, não sendo possível identificar o dia exato da morte de ambas.
O exército britânico libertou os prisioneiros desse campo de concentração em 15 de abril de 1945, queimando o local para evitar a propagação de doenças. Os corpos de Anne e Margot foram enterrados em valas de um local não identificado.
Otto Frank foi o único da família a sobreviver ao Holocausto, além de parentes distantes que se mudaram para países como a Suíça, Estados Unidos e Reino Unido na década de 1930.
O Diário de Anne Frank
Em 1945 o pai de Anne recebeu o diário da filha e um maço de notas que foram recolhidas no esconderijo, onde descrevia sua vida, família, situação em que se encontrava, além de falar sobre o cenário político da época. A primeira versão divulgada foi a partir de suas folhas originais, porém, não encontrava pessoas dispostas a divulgar o conteúdo escrito por uma criança.
A primeira versão do livro foi publicada em 1947, seguida por outras cinco em 1950, estreando em diversos locais da Alemanha e também da França. Em 1952, o Diário de Anne Frank foi comercializado nos Estados Unidos e Reino Unido, porém, não atingiu sucesso entre os britânicos, deixando de ser produzido.
Esse livro foi um sucesso no Japão, fazendo de Anne uma importante figura no país, como representante da destruição da juventude na Segunda Guerra Mundial. O diário foi adaptado para o cinema em 1959, vencendo três das oito indicações que recebeu no Oscar.
O livro também se tornou um objeto de estudo em escolas do mundo inteiro, preservando a história do holocausto para que mais gerações de leitores tenham acesso.